O projeto encomendado pela Sociedade Hípica Brasileira tem como programa um espaço destinado a competições equestres indoor na área do segundo picadeiro, Eloy Menezes: datado de 1990.
A inexistência de arenas cobertas, que tem áreas mais limitadas comparadas as de competições outdoor, excluía o Rio de Janeiro dos principais circuitos internacionais de competições indoor. Esse vazio dificultava o treinamento de atletas para tais práticas que exigem maior precisão, velocidade e habilidades técnicas mais apuradas.
O objetivo foi criar uma arquitetura primária que atendesse a necessidade da realização de competições e que apresentasse uma fisionomia atemporal. Esta decisão se justifica porque a nova intervenção estaria inserida ao contexto arquitetônico preexistente - composto de edifícios tombados como o modernista Hospital da Lagoa e a sede colonial da Hípica.
Dessa forma foi possível demostrar respeito ao patrimônio, tanto arquitetônico quando natural –uma vez que seus vizinhos são a Lagoa Rodrigo de Freitas e a encosta do Parque Nacional da Tijuca- e ainda alcançamos uma estética elementar embasada pelo entorno e pela função da obra.
Fica então preservado o gabarito definido pela antiga construção, contudo, a proposta apresentada substitui os pesados 26 pilares de concreto, por apenas oito pilares metálicos, proporcionando maior amplitude do espaço e maior visibilidade tanto interna quanto externamente.
Visando integrar o pavilhão a mata do entorno foram desenhados brises de alumínio pintados em dois diferentes tons - de modo a se assemelhar a madeira - e ainda pilares metálicos em aço corten. Já opção de uma cobertura em treliça metálica, sistema Rollon, possibilitou grandes vãos e a utilização de clarabóias como fonte de luz zenital.
Por fim, enfatizando a importância do tema iluminação, a parte inferior é composta por luminárias similares as claraboias, respondendo, portanto de forma delicada e inusitada à demanda de luzes no interior do picadeiro.