Proposta de residência no condomínio Porto das Águas, divisa São Paulo e Paraná.
A vontade de uma casa voltada para a represa da Capivara, divisa São Paulo e Paraná, veio do “namoro” do proprietário com o belo por-do-sol que se exibia constantemente, e era visto, por hora, de dentro de seu carro no decorrer dos finais de seus dias de trabalho.
Sendo assim, o projeto partiu da admiração por esta relação e exerceu a ideia de trabalhar sempre este jogo de luz e sombra pela casa para que essa interação pudesse ser mantida e admirada por todos seus usuários ao longo do dia, através do equilíbrio de cheios e vazio que compõe o conjunto.
O terreno praticamente ditou o sentido e posicionamento de todos os volumes principais da edificação seguindo o maior lado do lote. A declividade ajudou a manter a ideia da vista da represa já na chegada na casa através do percorrer da entrada.
A residência se dividiu praticamente em dois pavimentos, no inferior está posicionado a área de serviço, no fundo do lote, e a parte social voltada para a frente com a vista da represa. O andar superior dividiu-se em 6 suítes e uma sala íntima que se intercalam com alguns vazios.
O volume superior faz a ligação, como uma ponte, entre os blocos inferiores permitindo uma passagem aberta, porém coberta que dá uma maior interação e ligação com o entorno. Esta forma propicia uma maior horizontalidade para a casa além de direcionar o observador a dois pontos chaves, o por-do-sol de uma lado e a represa do outro.
O bloco íntimo se solta dos volumes inferiores e parece flutuar sobre a represa para que o leveza do conjunto permaneça. A cobertura dos volumes de serviço e social viraram jardins para substituir a suas respectivas implantações e tornar esta mistura da casa com a paisagem algo contínuo.
A abertura que percorre as duas empenas laterais do volume superior vem também para acentuar a horizontalidade do conjunto e permitir a interação do interno com o externo por todos os ambientes através de um novo ponto de vista.
Com isso, o projeto tenta manter esta relação com a natureza desde a sua implantação até o seu uso cotidiano, sempre de modo harmônico, para que a marcação de uma nova edificação neste espaço se torne parte integrante da paisagem.