MUSEU DO BRINQUEDO TRADICIONAL PORTUGUÊS
A criação do Museu do Brinquedo Tradicional Português visa congregar a vontade dos artesãos, dos valonguenses e do poder local autárquico, traduzindo um sonho muito antigo da população local, com a necessidade de preservar e divulgar uma faceta muito importante da identidade cultural concelhia: a produção do brinquedo.
O novo espaço nascerá na freguesia de Alfena, que conjuntamente com Ermesinde foram os locais onde se criaram as primeiras fábricas de brinquedo, mantendo-se algumas delas ainda hoje em funcionamento, permitindo assim uma ligação umbilical entre o local, as práticas e os seus agentes.
Pretende dar a conhecer um aspeto singular da cultura tradicional concelhia, o brinquedo nas suas diferentes facetas em termos de materiais: pasta de papel, gesso cartonado, celuloide, chapa, madeira e plástico; associando-o ao conhecimento de outros já existentes como a panificação e o fabrico de biscoitos, assim como da extração e transformação da lousa.
Este espaço, vai nascer num local com uma forte identidade na freguesia de Alfena, ocupando parte de uma escola construída segundo o Plano dos Centenários (1940-1960), ao gosto e como instrumento de gestão das políticas de educação do Estado Novo. Funcionou como Escola Primária de Cabeda durante cerca de 30 anos. Dispunha de duas salas masculinas e duas femininas, assim como de espaços sanitários, cozinha e recreio.
As formas geométricas puras são aquelas de algum modo melhor se identificam com o conceito de brinquedo, e foi com base nelas que se partiu para a criação de um conjunto de volumes unificados por uma vasta galeria de acesso, com vista ao cabal aproveitamento de todas as valências que se pretendem colocar em funcionamento e que se distribuem da seguinte forma:
Começa-se por um volume esférico que sugere dinamismo, ligado às bolas e a tudo que se desloca sem esforço num plano. Albergará a receção, uma sala-multiusos (para formação, palestras, apresentação de documentários, filmes e de qualquer outro tipo de elementos informativos e lúdicos) e espaço envolvente para que possam ser colocadas núcleos expositivos móveis, adaptados a encontros de colecionadores, workshops, arranjo de peças, atividades de dinamização desta temática através da ação das indústrias criativas, exposição temporária de espólios pessoais. Inclui área de administração/gestão e espaço sanitário.
Um elemento vertical de grande dimensão referencia o local, sendo visível a uma grande distância, como um marco identificador deste equipamento.
BRINQUEDOS DE CHAPA
Recriação de uma oficina de brinquedos de chapa, onde juntamente com alguns equipamentos originais poderemos percecionar e participar no processo de fabrico dos mesmos. Estará em exposição a carrinha usada como meio de transporte para fazer a deslocação dos brinquedos já prontos e embalados ao destino final ou à estação de caminho-de-ferro de Campanhã de onde seguiam para todo o país. Esta viatura ainda em funcionamento poderá ser usada como elementos dinamizador deste espaço criativo. Possibilidade de recriação de um espaço de armazém/escritório de uma antiga fábrica de brinquedos com mobiliário e acessórios de época.
BRINQUEDO DE MADEIRA
Instalação de uma oficina de brinquedos de madeira com trabalho ao vivo, assegurado por artesãos locais, que mantém o saber fazer ancestral deste ofício, permitindo ao visitante participar neste processo.
Existência de uma vertente mais moderna ligada às indústrias criativas do brinquedo didático, executado neste mesmo material.
Estas duas vertentes estão em articulação direta com uma área dedicada aos serviços educativos, dada a sua estreita relação.
No piso inferior desenvolve-se uma área de armazenamento de matéria-prima e de produto final.
ESPAÇO POLIVALENTE
Este núcleo tem na fachada a colocação de um ciclista em grande dimensão por ser o símbolo deste equipamento. Em volta deste corpo vão ser construídos brinquedos de grandes dimensões que permitam tirar “selfies” interessantes e brincar…
No r/c temos uma série de valências complementares das quais se destacam: espaço de cafetaria para permitir a tomada de refeições por parte dos visitantes, convertível em espaço lúdico onde decorrerão atividades lúdicas, respetivas instalações sanitárias e loja do museu.
Também aqui irá ser reconstituída uma sala de aula antiga, memória do espaço onde se insere e que poderá articular com um pequeno centro de documentação para investigadores da temática do brinquedo. No 1.º andar situam-se as reservas e sala de tratamento de espólio.
A Galeria terá como função principal a ligação entre os blocos já descritos e reforçará a vertente expositiva e informativa deste equipamento, sendo a deslocação do visitante feita de forma a acompanhar a evolução do brinquedo, privilegiando-se nesta espaço o brinquedo de “papier maché”, celuloide e plástico, que se articulam com os núcleos de chapa e madeira já referenciados.
Ao nível da construção, todo o conjunto será uniformizado e identificado pelo revestimento exterior das fachadas, a executar em chapa de “aço corten”, colocado sob sistema de fachada ventilada, cuja textura material e imagem cromática lhe confere protagonismo de referência no local.
Por contraste, o corpo da galeria expositiva, será a executar em betão branco.
As esquadrias exteriores serão a executar em caixilharia de perfis de aço-corten, do tipo “secco sistemi”.
O lettring será executado em barras de aço inox escovado, aplicadas de cutelo.
Os pavimentos interiores prevêem-se, nas áreas de circulação e instalações sanitárias em “marmorite polido” com cores diversas. As salas de trabalho e administrativas serão a executar em soalho colado de madeira de sucupira, tal como as esquadrias interiores (portas, apainelados, armários e balcões de atendimento, etc.).
O recinto envolvente, ao nível dos arranjos exteriores, será também objeto de reformulação, prevendo-se um novo desenho para as áreas pedonais, a executar em betão poroso de cor terra cota e as restantes áreas serão para arrelvamento.