Trata-se de uma construção pombalina, edificada possivelmente no primeiro quartel do séc.XIX, com rés-do-chão, quatro pisos elevados (1º ao 4º andar), sendo o último piso (5º andar)caracterizado pelo aproveitamento da cobertura, tipo “água furtada”.Implantado no coração da Baixa de Lisboa, o edifício apresenta uma excelente integraçãona malha da cidade, e encontra-se implantado na esquina da Rua da Assunção com a Ruados Sapateiros.O terreno, com cerca de 192,00m2, apresenta a fachada principal voltada para a Rua daAssunção, e a outra voltada para a Rua dos Sapateiros, sendo o acesso aos pisos elevadosfeito a partir da rua da Assunção.As fachadas apresentam-se dispostas de acordo com a métrica característica da construçãopombalina, e apresentam quatro aberturas por piso voltadas para a Rua da Assunção, ecinco aberturas por piso, voltadas para a Rua dos Sapateiros, caracterizando uma frentecom 12,70m por 15,60m.Apresenta um sistema construtivo característico das construções pombalinas, com paredesexteriores em alvenaria de pedra ordinária e tijolo burro, rebocadas a argamassa à base decal e pintada, e revestida a pedra no rés do chão. Janelas e portas guarnecidas a cantariade pedra de lioz, caixilharia em madeira pintada e vidro simples e portadas interiores emmadeira pintada, sacadas em pedra de lioz e guardas em ferro pintado.A estrutura ao nível do piso térreo é composta por paredes exteriores e pilares de alvenariade pedra e tijolo ligadas com argamassas à base de cal. Estes pilares suportam os arcos em5pedra, que por sua vez servem de apoio às paredes interiores em frontal existentes, desde opiso 1 até a cobertura.Pelo interior, apresenta uma compartimentação resolvida através das paredes de frontal,(que resultam numa malha cruzada, executada em barrotes de madeira e preenchida nosintervalos com argamassa, pedra e tijolos, rebocadas e pintadas) e que contribuem para ocomportamento estrutural do edifício, associadas aos tabiques de madeira de tábua ao alto,estas consideradas menos importantes para a estabilidade do conjunto.Os pavimentos são em barrotes de madeira e solho, apoiados nas paredes exteriores, e nasparedes de frontal. No rés-do-chão, apresenta uma estrutura de pavimento apoiado sobrearcos em pedra, que suportam o pavimento do piso 1 e também as paredes de frontal quese desenvolvem desde o piso 1 até a cobertura.As fundações das paredes exteriores e interiores (onde descarregam os arcos) serão do tipodirectas, efectuadas em pedra, e possivelmente melhoradas através da inserção de estacasem madeira, conforme modelo construtivo do estilo, não tendo sido realizadas quaisquersondagens a este nível.A cobertura existente, apresenta uma solução em duas águas, executada em telha de barrocerâmica do tipo Marselha, assente sobre barrotes de madeira, e apresenta três trapeirasoriginais, e que se encontram estruturalmente integradas ao sistema das paredes de frontal.Encontra-se, no entanto, em mau estado de conservação, sendo urgente e necessária umaintervenção profunda, tendo em conta a presença de infiltrações em diversos pontos, o queconduziu à consequente degradação de alguns elementos estruturais em madeira,nomeadamente de vigas, frontais e tabiques.A intervenção proposta deverá ser considerada no âmbito das acções de preservação erevitalização da Baixa Pombalina, uma vez que procura salvaguardar os valoresarquitectónicos fundamentais da construção e integrar as soluções técnicas aos sistemasconstrutivos existentes sem que seja desvirtuado o essencial da construção, bem como suaintegração ao conjunto patrimonial.