O projeto do restaurante Rambla-
taberna/tapas/musica- foi iniciado em Maio de 2012 com a solicitação de
criar um espaço para servir tapas e oferecer shows musicais, atividades que
poderiam acontecer também de forma independente. Para isto disponibilizávamos
de duas casas de estéticas totalmente diferentes; uma eclética, parte de um
conjunto de 3 casas geminadas,com uma das suas fachadas descaracterizada pelo
uso comercial anterior, e outra de linhas racionalistas ainda com uso
residencial e intacta na sua planta e fachadas num terreno com grande declive.
Como é o espaço de uma taberna? ; Como se come numa Taberna?
Estas foram as perguntas fundamentais ás que chegamos após
mergulhar na pesquisa da origem e significado de “comer Tapas”, na sua origem, acompanhamento
obrigatório do vinho nas tabernas medievais da Espanha, comida simples y
autentica servida com abundancia em
porções pequenas com espírito de sociabilização e descontração. Costume de
exportação enraizado no dia-dia da cultura ibérica.
A partir deste
ponto, nosso processo esteve sempre indo
e voltando do croqui para o desenho técnico e para a produção, numa constante
busca por depurar e construir com fidelidade a ideia primitiva do projeto e
materializar a imagem do lugar que tínhamos na cabeça.
Taberna de tapas e musica foi o caminho que o projeto seguiu
como forma de aliar a “honestidade” material e espacial que o ato de comer
tapas exigia; materiais aparentes, mobiliário confortável com mesas extensas e
estreitas que aproximam e convidam á interação dos clientes, com diversidade
nas formas e espaços para sentar e comer dão forma à ideia de uma Taberna de
tapas em 3 níveis (bar de tapas com mezanino e Cave especializada em vinhos e
espumantes no sub solo), e uma Taberna de Música com um amplo bar de drinks em
dois andares, palco para apresentação de bandas e mesas de confraria com
Choppeiras individuais resumem e completam a proposta do
Rambla-Taberna/tapas/música.
A resposta para este projeto não estava restrita à
Arquitetura e o design, mas incluía também o desenvolvimento estratégico do
formato da operação do restaurante, o nome/baseline, logo, uniformes, cardápio
e toda a imagem e extensões de aplicação da marca, tudo sob um único conceito. Para isto montamos equipes multidisciplinares
de discussão do projeto coordenados pelo escritório.
Já na primeira reunião da equipe foi definido que o conceito
arquitetônico deveria ser a linha-guia de todos os processos e decisões de
projetos e produção na busca de um resultado autentico e coerente nos mínimos
detalhes, desde a arquitetura ao cardápio, fato que mais tarde se refletiria numa
marca institucionalmente consistente e numa experiência do consumidor fortalecida.
O primeiro desafio foi resolver o zoneamento dos terrenos
para desenvolver com eficiência e independência a logística operacional e
backoffice para atender dois restaurantes em um (Taberna de tapas e Taberna de
Música), com uma área de cozinha industrial , depósitos frios e secos,
administração, zonas de carga e descarga de material,etc. sem cruzamento de fluxos com a área de
atendimento ao publico. Para isto foi aproveitado o desnível de terreno
existente entre as duas casas, projetando um túnel sob a Taberna de Música que
conectaria a rua com um bloco de BackOffice nos fundos do terreno.
A casa da Taberna de Tapas, com uma fachada bastante
hermética catalogada para preservação, teve a sua volumetria mantida e
recuperados alguns elementos ornamentais. O Acesso foi feito a través de um
volume vertical de aço e madeira com uma pequena abertura de esquadrias em
louro e vidro. Esta proporção de predominância do fechamento nos outorgaria o
caráter de “esconderijo” do espaço Taberna.
Para atender o uso de
Casa de Shows foi preciso retirar todas as paredes internas da casa existente e
construir um volume de aço em balanço que configurou o acesso no nível da rua e
criou um deck-vitrine de permanência na entrada do bar. Com isto, a volumetria
do conjunto se desvinculou do uso residencial, e se criou a linguagem arquitetônica
que acabaria sendo a ferramenta de dialogo entre os dois terrenos para unificar
e consolidar o local.
No interior das tabernas, grandes painéis e séries quadros com
croquis mostram imagens características de Barcelona e a sua vida cultural, que misturados com produtos,
caixas, garrafas de azeite e desenhos cuidadosos dos produtos e pratos sobre quadros
negros que estão por todo o local para formar a ambientação que cria a
experiência de “salir para Tapear”.
FICHA TÉCNICA:
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Arquitetos: Design
Alternativo
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Ano:2012
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Endereço:
Rua Felix da Cunha 977
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Localização: Porto Alegre,
Brasil
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Área construída: 620 m²
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Tipo de projeto: Bares e
restaurantes
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Operação projetual: Revitalização / Construção /desenvolvimento de Ponto de Venda /desenvolvimento marca
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Classificação Projeto: Design Estrategico
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Status:Construído
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Materialidade: Aço, Madeira
autoclavada , vidro e tijolo
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Estrutura: Perfilaria Aço
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Implantação no terreno: 02 terrenos, um de esquina e um com
adossamento às duas divisas.
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Equipe:
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Responsavel pelo projeto : Arq.Alejandro Zúñiga
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Equipe Arquitetura e
design: Alejandro Zúñiga , Alejandro
Spinardi, Pedro Aiello
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Responsável pela obra: R2
Engenharia
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Projeto estrutural: Axis
engenheria de estruturas
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Fotografia:
Marcelo Donadussi