A proposta incide numa habitação de piso térreo com características de Arquitetura Popular Portuguesa.
A mesma localiza-se num meio rural, em Pombaria, uma aldeia junto ao principal acesso entre a Vila de Alvaiázere, a estrada nacional 110 e autoestrada A13.
O local é caracterizado pela morfologia irregular, caminhos sinuosos e habitações dispersas, a maioria devolutas, envolvidas por terrenos agrícolas, olivais e pinhais.
O terreno a intervir apresenta uma ligeira pendente de norte para sul, entre o caminho de acesso e uma linha de água onde termina o logradouro. A construção está implantada nos limites Norte e Poente e liberta solo a Nascente e Sul.
O vento que agita a grande mancha arbórea e a água corrente da ribeira salienta o silêncio e tranquilidade do local.
As premissas dos clientes prendiam-se em voltar a dar uso à habitação, melhorar condições programáticas e criar um Alojamento Local assim como a própria casa de férias.
A volumetria existente definiu a proposta final, reabilitar as paredes exteriores em alvenaria de pedra, e erguer sobre as paredes frágeis a demolir novos espaços recorrendo a uma pequena área de ampliação.
O conceito espacial da casa desenhou-se de forma a integrar o utilizador numa forte relação entre o espaço e o lugar.
No corpo da casa principal, desenvolve-se a zona social que é definida apenas por uma divisão que se prolonga para o exterior através de um alpendre que dispõe de uma lareira que permite usufruir nos dias mais frios daquela envolvente singular.
Os 3 quartos ocupam a zona do antigo palheiro e curral. Cada um com uma orientação diferente. O quarto norte partilha a vista da fachada principal para a estrada, o quarto central consegue salubridade através de um pátio e o quarto principal partilha vista com o logradouro.
Todos os espaços internos refletem a volumetria exterior, as pendentes da cobertura são evidentes nos tetos e os pavimentos são adoçados à topografia existente através de degraus e patamares.
No exterior, a cobertura original de duas águas foi mantida, mas ajustada significativamente. O quarto principal surge da ampliação e destaca-se do conjunto pelo sentido oposto da cobertura, um gesto que afirma as diferenças temporais entre novo e antigo.
A materialidade resume-se à aplicação de cobertura em telha cerâmica, paredes rebocadas e caixilharias em alumínio, delimitadas por cantarias nos vãos originais.
No interior o betão cobre todos os pavimentos, à exceção dos quartos que serão em soalho de madeira. As paredes são estucadas e pintadas. Na zona social o teto será estruturado e revestido a madeira, fazendo referência ao método construtivo original.
Os arranjos exteriores foram desenhados de forma seriada, respeitando limites legais em relação à linha de água. Dispõe de terraços e uma piscina de transbordo. O restante logradouro permanecerá ao natural.