IMPORTÂNCIA DA ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
A construção civil é uma das atividades humanas que mais impacta no ambiente, a maior fonte geradora de resíduos e que consome 50% dos recursos extraídos da crosta terrestre, sendo responsável pelo consumo de 16% da água potável, 25 % da madeira das florestas, e 40% da energia elétrica, esta utilizada principalmente na iluminação e climatização artificial. Esses dados confirmam o grande impacto ambiental causado pela indústria da construção civil e apontam a importância de buscar soluções que respeitem mais o meio ambiente.
Segundo o Brundtland Report de 1987, o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer o atendimento às necessidades das gerações futuras. Nesse contexto surgem as edificações mais sustentáveis, com o objetivo de construir em harmonia com o meio-ambiente, com menor impacto ambiental e maior ganho social, sem ser inviável economicamente. Desde a etapa inicial de projeto essas considerações devem ser levadas em conta, com o estudo dos aspetos ambientais, o entorno e a gestão de recursos para torná-los mais eficientes, fazendo com que as edificações utilizem menos recursos naturais, materiais e energia na sua construção e operação e que ainda sejam confortáveis e saudáveis.
A arquitetura com melhor desempenho ambiental deve então aproveitar as condições naturais locais, ter uso eficiente da energia, água e de materiais certificados e renováveis, qualidade ambiental e utilização consciente do edifício pelo usuário. O projeto deve considerar ainda todo o ciclo de vida da edificação, desde a construção, uso e manutenção, até sua reciclagem ou demolição.
TELHADO VERDE
Cobertura vegetal sobre lajes ou telhados convencionais.
Benefícios:
- Aumento da área verde
- Diminuição das ilhas de calor nas grandes cidades e aumento da umidade relativa no entorno da edificação;
- Facilita a drenagem; retenção de parte da água da chuva auxiliando em não sobrecarregar as redes de drenagem e reduz a ocorrência de enchentes em regiões de chuva intensa. A vegetação funciona ainda como um filtro da água, que pode ser armazenada para reuso;
- Fornece isolamento térmico e acústico. Reduz a perda e ganho de calor pelo telhado, garante melhores condições térmicas no interior do edifício, dispensando o uso de climatização artificial;
- Estética ao suavizar a paisagem dos grandes centros urbanos com jardins onde antes não havia espaço.
No projeto do Núcleo SENAI de Sustentabilidade, o telhado verde ainda é equipado com painéis solares e inclinado para norte, orientação que tem maior incidência solar durante todo o ano, para melhor captação de raios solares e geração de energia.
FACHADA VENTILADA
Sistema de proteção e revestimento exterior, que separa o invólucro da estrutura do edifício, com o afastamento da parede do edifício e o revestimento criando uma câmara de ar em movimento, que permite a ventilação natural contínua da parede do edifício através do efeito chaminé.
Benefícios:
- isolamento térmico: baixas variações de temperatura no interior do edifício com a redução de transmissão de calor (menor dispersão de calor no inverno e absorção de calor nos meses quentes), melhoria do conforto térmico e redução do consumo de energia;
Cria efeito chaminé com fluxo de ar para resfriamento do ambiente e elimina possíveis pontes térmicas entre o interior do edifício e o ambiente externo.
- maior durabilidade protegendo também a estrutura e prolongando a vida útil da edificação; baixa manutenção;
- diminuição de problemas de umidade e infiltração devido à ventilação.
ILUMINAÇÃO NATURAL
O aproveitamento da luz natural destaca-se como uma importante estratégia para a economia de energia. Atualmente, busca-se a integração entre a iluminação natural e artificial através do aproveitamento da luz natural disponível e o uso consciente da iluminação elétrica somente para complemento, ou seja, quando as condições do exterior e do projeto não permitam a iluminação adequada do ambiente.
Na arquitetura, a iluminação natural de edificações acontece de forma mais eficaz através da luz proveniente da radiação solar difusa, definida como luz do céu ou luz proveniente da abóbada celeste. Esta tem um brilho muito menor que a luz direta do Sol, é mais uniforme e está disponível em todas as orientações, com alguma variação em relação à posição do sol e condições atmosféricas.
O Núcleo SENAI de Sustentabilidade tem volumetria com aberturas voltadas para norte e sul, já que a face norte recebe incidência solar direta durante os meses frios do inverno, o que não acontece no verão, devido à inclinação do sol mais alta. Resultante da inclinação do telhado para norte, a maior face envidraçada está para sul, e garante boa iluminação natural difusa durante todo o ano, sem o incômodo com a radiação solar direta e sem elevar a temperatura do ambiente durante o verão. Para que essa grande área em vidro não seja responsável por grande perda de calor durante o inverno, é importante o cuidado na utilização de materiais isolante térmicos. A posição das janelas em faces opostas na volumetria também permite a ventilação cruzada do ambiente principal para maior conforto térmico nos meses quentes.
As faces leste e oeste, ao contrário, são predominantemente fechadas, evitando a incidência solar baixa do início e final de dia que podem ser incômodos e causar ofuscamento. Além disso, a face fechada com o sistema de fachada ventilada protege o ganho de calor excessivo da edificação no período da tarde, com o sol a oeste.
Benefícios:
- menor consumo de energia elétrica com iluminação artificial;
- evita incidência solar incômoda e ofuscamento, ao impedir sol baixo de início e fim de dia, vindo de leste e oeste.
FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA
Além da redução do consumo de energia com iluminação e climatização artificial, o Núcleo SENAI de Sustentabilidade usa outras fontes de energia renováveis. Sobre o telhado verde foram colocadas placas solares fotovoltáicas que aproveitam a energia solar disponível, além da instalação de um catavento com a intenção de estudar a potencialidade da energia eólica do local.