Este equipamento museológico insere-se na recuperação e reconversão do antigo quartel dos bombeiros de Valongo.
Como elemento determinante, a fachada sul/poente, será para conservar e restaurar, pois trata-se de um elemento único e simbólico do conjunto.
Como definição do volume, propõe-se a criação de uma nova fachada que constituirá a frente da Rua José Seara. Este novo volume, de desenho, intencionalmente, “discreto” e de linguagem contemporânea procura sobrevalorizar/destacar a fachada antiga, que pela sua imponência e desenho clássico ganhará primordial importância e destaque no conjunto, já que intencionalmente o início de todo o percurso expositivo por ela se iniciará e nela terminará.
No seu exterior e na sua área envolvente desenvolver-se-á uma nova “praça pública” protegida por uma ampla cobertura, em estrutura leve, que assim dará enquadramento à fachada e a todos os eventos culturais sustentados pelo palco fixo para as demais representações musicais e/ou teatrais e outros eventos culturais, prolongamento natural de todo o Largo de Centenário.
A requalificação do edifício do Theatro Oliveira Zina na Oficina da Regueifa e do Biscoito é então caracterizável pelo respeito do todo que o tempo nos deixou, ao qual serão acoplados elementos e volumes que as novas funções do edifício assim o exigem mas que o seu desenho procura destacar e valorizar, o existente.
Trata-se da criação de um equipamento público, de características museológicas e educativas relacionadas com a panificação e confeção de biscoitos, tradições culturais identitárias do concelho de Valongo .
PERCURSO EXPOSITIVO
PISO -1: RESERVA
Este espaço funciona como a caixa forte da Oficina, pois além da função de reserva do material expositivo, deverá contar com mais duas áreas distintas e estanques mas interligadas entre si.
Neste piso será de considerar a reserva das peças que não se encontrem a ser usadas de momento na área expositiva e onde se possa albergar as futuras doações. De salientar que este espólio é constituído por exemplares de grande volumetria e peso nomeadamente o que diz respeito aos equipamentos de panificação.
PISO 0: ÁREA EXPOSITIVA “DO GRÃO AO PÃO”
Nesta área serão expostos de forma combinada objetos antigos e meios audiovisuais interativos que descrevam de forma continuada todas as operações contidas na expressão “Do Grão ao Pão”.
Esta é igualmente a designação de um roteiro que já se encontra disponível para os interessados e que se interliga com o Percurso Pedestre do Regadio da Ponte Ferreira, realidade indissociável à temática da panificação, assim como outro roteiro complementar, que se encontra em vias de implementação ligado às Padarias e Biscoitarias.
Dentro desta complementaridade podemos igualmente associá-lo ao Corredor Ecológico que nos levará ao moinho da Senra, que poderá ser recuperado e posto em funcionamento para deleite de quem nos visita, para além de poder partir para uma caminhada até Couce, onde de passagem poderá encontrar os moinhos de Cuco. Aqui iniciaremos o percurso com a referência à agricultura com o ciclo do milho, ao regadio, à moagem e ao fabrico do pão e do biscoito.
PISO 1: ÁREA DE TRABALHO “MÃOS NA MASSA”
Nesta zona entra-se na zona interativa e oficinal por excelência pois será aqui que vão ter ligar as oficinas de fabrico do biscoito, numa área banhada pela luz natural e com uma vista sobre a praça.
Também poderão decorrer ações de formação na área do cake design e outras iniciativas similares com vista a abranger todos os públicos.
Para além desta haverá uma área expositiva com referência às questões do património imaterial, como as festas associadas a estas realidades, como:
- a de N.ª Sr.ª da Encarnação, ao pão de Santo António,
- à festa da Regueifa e do Biscoito
- e ainda à gastronomia local sobretudo relacionada com as Sopas Secas, o pudim de pão e outras iguarias.
Não ficarão esquecidos os locais de tradição de venda destes produtos, assim como a referência a todos que contribuíram para a sua divulgação: as padeiras e as biscoiteiras. Este espaço terá ainda outros pontos de interesse, a destacar: um centro de documentação físico e virtual ligada à panificação e ao fabrico do biscoito; uma área para a execução de oficinas que não recorrem aos equipamentos de cozinha, como pintura de sacos de pão e execução de elementos decorativos inspirados na temática e uma área para exposições temporárias.
PISO 2 (restaurante)
No piso mais elevado, com entrada autónoma de público, prevê-se a instalação de um espaço de restauração.
Este espaço desenvolve-se na cobertura do espaço museológico, tal qual um mirante com vista para a envolvente próxima do Largo Centenário, mas também usufruindo da paisagem da encosta da Serra de Santa Justa.
É pretensão que este espaço apresente um ambiente sofisticado e de design contemporâneo.
O restaurante representará uma extensão do programa do edifício, como forma de promoção dos costumes gastronómicos desta região.