Como conceber um projeto de um conjunto de edifícios de grande altura, cujo programa abriga em sua tamanha extensão uma ampla gama de usos, e se apropria de um terreno que nos foge à escala, que deve olhar para a cidade ao seu redor e ao mesmo tempo voltar seu olhar para o indivíduo, para quem vai habitá-lo, sem perder o contato e o tato necessário à escala humana? Como dar conta de todas as disposições construtivas, do potencial disponível no terreno sem sacrificar a sua vivência e as possibilidades de espaço aberto e de livre acesso? Essas foram algumas questões que nos guiaram desde o princípio, neste trabalho. O projeto se define a partir de sua implantação, que preza por uma insolação correta para todos os edifícios, na qual a linha da sombra dos edifícios corporativos ao meio dia do solstício de inverno é o limite para a colocação dos edifícios habitacionais. Essa característica, aliada ao alinhamento favorável dos prédios, dispostos de maneira a direcionar-se ao norte, garante uma insolação anual ótima para todo o complexo. O desenho gerado cria grandes zonas de conforto nos miolos conformados pelos edifícios, desenhando grandes pátios que estimulam a contemplação, a descontração e o encontro. A racionalização é parte primordial do partido arquitetônico e dela parte a estrutura modulada (módulo de 10 metros) que possibilita uma coesão entre os prédios - garantindo a planta livre - e o estacionamento, do qual a estrutura sobe sem exitar. A disposição linear dos edifícios provê iluminação e ventilação natural. Casado com os usos corporativo e residencial, ao noroeste do terreno foi locado um hotel de 190 quartos, dotado de restaurante e café, lavanderia e um centro de convenções com auditório. Para possibilitar ventilação e iluminação natural no estacionamento, e também área permeável de solo passível de árvores de grande porte, desenhamos ilhas de terra sustentadas por arrimos de gabião, que sobem do subsolo ao nível térreo, gerando jardins sombreados nos pátios.