Chega-se por um caminho rural, ladeado por pinhais e vinhedos que fazem a riqueza da região. A primeira impressão é inesperada e surpreendente e define-se pela proporção de formas e pelo branco luminoso da construção, visualmente encostada aos verdes da mata autóctone.
Árvores, arbustos e flores pintam os jardins com cores discretas ou vibrantes. Um zambujo muito antigo permanece testemunho de outros e destes tempos.
Transposto o portão, compreende-se o modo de ser do povo estremenho; recatado e acolhedor. Muros de pedra e alvenaria branca resguardam a habitação e os haveres familiares dos elementos naturais e de olhares alheios, delimitando pátios, recintos quase esquecidos da arquitectura tradicional portuguesa, onde se acolhe e encaminha quem chega, para o interior.
Conceitos, materiais e técnicas contemporâneas de construção criam um interior amplo e funcional.
A área privada dispõe de quatro quartos/suites que aproveitando a orientação solar nascente/poente, dela beneficiam em luz natural, garantida por rasgados janelas(paredes feitas janelas). Conforto, tranquilidade e privacidade são termos adequados para a definir.
A área social conjuga espaços de estar e de lazer, de trabalho e de refeição; quer em espaço mais amplo, onde a circulação se faz harmoniosamente, ou mais restrito, pelo uso de portas deslizantes. A ligação ao jardim superior é natural e desejável já que daqui se contempla um cenário deslumbrante.
Colinas e moinhos de vento recortam-se na linha do mar, visto ao longe.
Perto, bem mais perto, a poucos metros, vestígios do Calcolítico, no Castro do Zambujal, convidam a um passeio.
por Lucília Nogueira