Project sent to the 2012 International VELUX Award Competition
Life is based on natural cycles. The trajectory of sunlight on the inhabited surface gives rhythm to the small fraction of our lives called day. Natural light and shadow are dualities generated by this cycle. From a gap on the wall we have both.
Circadian Circle
The cycle of natural light developed on mankind a comportamental evolution called circadian cycle, that regulates the period of alternation between sleep and wakefulness.The term circadian comes from the latin designation “circa diem”, that means “about a day”.The period of sunlight exposure controls the period of melatonin production, which is an important sleep inducer. The melatonin is secreted with sunlight supression and ceases with it’s appearance.This is determinant to stipulate the rhythm of life, based on work and living during the day and resting during the evening, which was always the base of human behavior throughout history.
Data obtained from normal individuals suggests that the sleep time increases if the duration of environmental night increases. It was also noticed that sleep time decreases if the time of environmental night decreases. Humans are biologically and behaviourally used to long winter nights and short summer nights. These evidences seem to indicate that the average amount of sleep time necessary for human beings is not constant in all seasons. One of the inconvenient comportamental situations for a good sleep hygiene is that the modern man tries to fit, the whole year, in a sleep schedule equivalent to that of a short normal summer night. Obviously, this comportamental situation is all the more inconvenient as he is farthest away from the equator.
Project
On the city of Rio de Janeiro we situated a house project that intends to resume the basic daily values that made the human being inhabit. Waking up with sunshine, working while it illuminates the space and starting the resting process when it’s setting. The circular shape of the house takes full advantage of sunlight and subordinates the human behavior to the levels of luminosity.In this project we reread the Cobogó, typical brazilian element, in it’s simplest way: the brick, as a basic module of construction, creates in it’s absence the hollows seen in the grid of the cobogó, and with it’s presence, gives shape and limit to the house. The brick wall, which lines the residence, is initially solid but dilutes itself as the need for lighting given by the use increases. The gaps between bricks grow, creating the empty and full, allowing the owner to obtain the adequate light intensity at a given place and time. The house, just like human behavior, is shaped to the light; opens itself to light on appropriate times, and leads to rest after work. It works as a membrane, a skin, which filters and regulates the passage of light inside and out, blurring it’s boundaries. In symbiosis with the environment, it allows ventilation and heat exchange, preserving the thermal equilibrium.
The evolution is based on the best development of human and environmental potentials. The resumption of biological necessities and forgotten social values is a fundamental part of the creation of an architecture that suits those who dwell.Just as the transience of sunlight is compensated by the certainty of it’s compass, the simplicity of the project reinforces it’s significance. The projects is designed by light, as it prints everyday a different drawing on the walls and floor, and it’s dance is what qualifies the floor plan.
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Projeto enviado para o concurso 2012 International Velux Award
Avida é pautada por ciclos naturais. A trajetória de um dia do sol pela superfície habitada dá ritmo à fração da nossa vida chamada dia. A luz natural e a sombra são dualidades geradas por esse ciclo. Pela fresta de uma parede se tem ambas.
Circulo Circadiano
A periodicidade da luz natural desenvolveu nos humanos uma evolução comportamental chamada ciclo circadiano, que regula o período de alternância entre sono e vigília. O termo circadiano provém da designação em Latim "circa diem", que significa "cerca de um dia".
A temporização da exposição à luz controla a temporização da produção de melatonina, a qual é um importante indutor do sono. A melatonina é secretada com a supressão da luz e cessa com o seu surgimento.
Isso é determinante para estipular um ritmo de vida, pautado no trabalho e vivência durante o percorrer dia e descanso ao entardecer e a noite, que foi a base do comportamento humano durante toda a sua história.
Dados obtidos de indivíduos normais sugerem que o tempo de sono aumenta se a duração da noite ambiental aumentar. Também se constatou que o tempo de sono diminui se diminuir o tempo da noite ambiental. Os humanos são biologicamente e comportamentalmente acomodados às longas noites de inverno e noites curtas de verão. Essas evidências parecem indicar que o tempo necessário de sono (na média), para o ser humano, não é constante para todas as estações do ano. Uma das situações comportamentais inconvenientes para a boa higiene do sono é que o humano moderno tenta se enquadrar durante todo o ano em um esquema horário para o sono equivalente ao normal para uma noite curta de verão. Obviamente, tal situação comportamental é tanto mais inconveniente quanto mais distante se está longe do equador.
Outra inconveniência relacionada que permeia o ramo da sociologia é o de a sociedade ocidental moderna não se enquadrar mais num ciclo que se relacione com os estímulos ambientais, impondo seus próprios preceitos à regulação do ciclo circadiano, como ir dormir e acordar tarde, rotinas pesadas de trabalho ou até mesmo a inversão do dia pela noite.
Cobogó
Elemento vazado, inicialmente feito com cimento, o cobogó passou a ser construído também com outros materiais: argila, vidro, cerâmica. Invenção brasileira, presta-se principalmente para evitar o superaquecimento do ambiente iluminado, permitindo a passagem da luz e da ventilação. Equilíbrio entre luz e sombra, visibilidade, proteção e ventilação dados pelo Cobogó, utilizado em regiões tropicais e subtropicais, aproximam novamente o homem dos estímulos ambientais.
Projeto
Na cidade do Rio de Janeiro situamos o projeto de uma casa que pretende retomar os valores cotidianos básicos que fizeram o Ser Humano habitar. Acordar junto com o sol, trabalhar enquanto ele ilumina e iniciar o processo de repouso com o seu pôr. O formato circular da casa tira proveito máximo da insolação e evidencia a subordinação do comportamento humano aos níveis de luminosidade.Neste projeto relemos o Cobogó, elemento tipicamente brasileiro, em sua forma mais simples: o tijolo, como modulo básico de construção, cria na sua ausência os vazios vistos na malha do cobogó, e com o cheio, dá forma e limite a casa.A parede de tijolos, que reveste a residência, é inicialmente solida mas se dilui a medida que a necessidade de iluminação dada pelo uso aumenta. Os espaçamentos entre os tijolos crescem, criando o vazio com o cheio, permitindo que o morador tenha a intensidade adequada de luz a cada ambiente e horário. A casa, assim como o comportamento humano, é moldada a luz; abre-se a luz nos horários adequados e induz ao descanso após o labor. Funciona como uma membrana, uma epiderme, que filtra e regula a passagem de interior e exterior, borrando os seus limites. Em simbiose com o meio permite ventilação e trocas de calor, mantém-se em equilíbrio térmico. A evolução é pautada no melhor desenvolvimento de potencialidades humanas e ambientais. A retomada de necessidades biológicas e valores sociais esquecidos é parte fundamental da criação de uma arquitetura que seja adequada a quem a habite.
Assim como a efemeridade da luz solar é compensada com a certeza de seu compasso, a simplicidade do projeto reforça a sua significância. O projeto se desenha com a luz. Ela imprime todos os dias um desenho diferente nas paredes e no chão, e a sua dança é o que qualifica a planta baixa. O projeto tem a simplicidade e a surpresa que permeia a dualidade entre luz e sombra. Ele se expressa através do posicionamento e interação entre os elementos compositivos, entre cheios e vazios , o presente e o ausente, o pesado e o etéreo. Ele evidencia a presença de uma ausência, matizando-se com éter. Retira o peso do mundo, ideal clássico da pintura, transformar tudo em luz.