| Apartamento no Fluvial | Porto
Remodelação | Projecto 2010 | Obra 2010-2011
Este texto é escrito na primeira pessoa…
Este projecto é desenhado na primeira pessoa...
O exercício de projectar o meu espaço era aliciante… ainda que se viesse a revelar uma tarefa difícil. O diálogo entre arquitecto e cliente passa a ser um monólogo de ideias e ideais não desconhecidos. Há um conhecimento próprio, um retrato do eu muito profundo que desenha vivências e se reflecte no espaço.
A procura de um espaço existente foi, desde o início do processo, muito exigente. A proximidade do rio, a orientação solar e a localização na cidade foram as condições-chave para a pesquisa. Depois de muita procura a “química” com o lugar ditou a escolha. Nos primeiros instantes surgiram imediatamente ideias de apropriação do novo espaço. O processo criativo e projectual desenrola-se.
A minha casa, o meu espaço, o meu modo de vida… um refúgio na cidade. Os espaços essenciais de uma habitação deixam aqui de ser fechados, reforçando-se a permeabilidade espacial e visual através de painéis que ao deslizarem, ou abrirem, ou fecharem, definem funções. Funções distintas fundidas num espaço único: estar, comer, ler, cozinhar, dormir, trabalhar… e ainda um piano! Procurei montar um “puzzle” de ideias na tentativa incessante de dotar o espaço de uma personalidade reflexiva do meu modo de vida, sempre pronto a ser completado com peças essenciais: a família e os amigos.
Nunca poderia ter comprado um apartamento novo e impessoal. A opção de aquisição de um espaço já existente com potencial de transformação era um ponto assente e, com um orçamento muito baixo, consegui arquitectar o meu refúgio, à minha imagem.